domingo, 25 de setembro de 2016

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Parte I


INTRODUÇÃO


Vocês provavelmente devem estar pensando que uma palestra com o nome "Tem algo de bom nos homens?" será curta! Escritos recentes não têm muito o que dizer sobre os homens. Títulos como "Men Are Not Cost Effective"[NT01] são autoexplicativos. O livro de Maureen Dowd se chama "Are Men Necessary?"[NT02], e apesar de ela nunca dar uma resposta explícita, qualquer um que leia o livro sabe que sua resposta é 'não'. O livro de Louann Brizendine, "The Female Brain"[NT03], se inicia dizendo "Homens, estejam prontos para experimentar inveja cerebral". Imagine um livro sendo anunciado dizendo que mulheres de pronto experimentarão inveja pelo superior cérebro masculino!

Estes não são de forma alguma exemplos isolados. A pesquisa de Alice Eagly compilou montanhas de dados sobre esterótipos que as pessoas têm sobre homens e mulheres, a qual os pesquisadores sumarizaram como "O Efeito MSM". MSM significa "Mulheres São Maravilhosas". Tanto homens quanto mulheres adotam visões muito mais favoráveis sobre mulheres do que sobre homens. Quase todo mundo gosta mais de mulheres que de homens. Eu certamente gosto.

Meu propósito neste artigo não é tentar balancear isto elogiando os homens, ainda que ao longo do caminho eu terei várias coisas positivas para dizer acerca de ambos os gêneros. A questão de se existe algo de bom sobre os homens é apenas meu ponto de divergência. O título provisório do livro que estou escrevendo é "How culture exploits men"[NT04], mas mesmo isto para mim é a introdução para grandiosas questões sobre como a cultura molda a ação. Neste contexto, o que tem de bom sobre os homens significa no que os homens são bons, da perspectiva do sistema.

Portanto, isto não é sobre "a batalha dos sexos", e de fato eu penso que um desafortunado legado do feminismo foi a ideia de que homens e mulheres são basicamente inimigos. Eu sugerirei, em vez disso, que na maior parte das vezes homens e mulheres têm sido parceiros, apoiando uns aos outros em vez de explorando ou manipulando um ao outro.

Este artigo também não é sobre tentar argumentar que homens devam ser tratados como vítimas. Eu detesto toda a ideia de competir para ser vítima. E certamente eu não nego que a cultura tenha explorados as mulheres. Mas em vez de olhar a cultura como um patriarcado, o que significa dizer que é uma conspiração por homens para explorar mulheres, eu penso que é mais acertado entender cultura (p. ex., um país, uma religião) como um sistema abstrato que compete contra sistemas rivais -- e que usa tanto homens como mulheres, geralmente de formas diferentes, para avançar sua causa.

Eu penso também que é melhor evitar julgamentos de valor o máximo possível. Eles têm tornado a discussão sobre políticas de gênero bastante difícil e sensível, distorcendo por conseguinte o jogo de ideias. Eu não tenho conclusões a apresentar sobre o que é bom ou mau ou como o mundo deve mudar. De fato a minha própria teoria é feita de negociações e contrapesos, de tal forma que aonde houver algo bom, ele estará atrelado a algo mau, e ambos contrabalançam.

Eu não quero estar de nenhum lado. Militantes de gênero, por favor vão para casa.

FootNotes:
  • [NT01] "Homens Não Compensam o Custo", em uma tradução livre
  • [NT02] "Homens São Necessários?"
  • [NT03] "O Cérebro Feminino"
  • [NT04] "Como a Cultura Explora os Homens"

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