quinta-feira, 27 de outubro de 2016

"As Mulheres Eram Oprimidas no Passado?" - Partes X-XI

Sufrágio


O exemplo quintessencial da suposta subjugação no final do século XIX e início do século XX é a negação da cidadania. Bax e seu coautor lidam com este assunto bruscamente:

"Desqualificações eleitorais são geralmente consequência de um privilégio especial", eles observam. Por exemplo, "a Família Real deste território, com todos os seus ramos, é excluída tanto da cidadania passiva quanto ativa. E mesmo assim ninguém afirma coisas como, digamos, o Príncipe de Gales é, por consequência, um personagem oprimido" (p63).

Em qualquer extensão, nenhuma mulher foi diretamente prejudicada como resultado da negação da cidadania. Elas apenas sofreram à medida que eleitores homens votaram leis que discriminassem contra mulheres. De fato, porém, um Parlamento ao mesmo tempo composto e eleito por homens na realidade aprovou legislação explicitamente discriminatória contra homens (p. ex. o Whipping of Female Offenders Abolition Act de 1820, o Military Service Act de 1916 etc.).

Pode-se, portanto, argumentar que paradoxalmente o monopólio masculino do direito ao voto na realidade beneficiou as mulheres.

[Interessantemente, Moxon argumenta que mulheres eram impedidas de votar nas eleições nacionais somente, porque apenas homens pagavam impostos e eram conscritos para as forças armadas - e, anteriormente à expansão dos papéis dos governos, tributação e conscrição eram a extensão de seu impacto nos indivíduos. Em contraste, ele observa, em nível local as mulheres sempre votaram. The Woman Racket: pp108-27.]

Uma Era Dourada de Igualdade?


Feministas modernas (e não poucos oponentes do feminismo) concordam que o final do século XIX e início do século XX foi uma era de patriarcado, privilégio masculino e opressão feminina. Uma leitura de 'The Legal Subjection of Men' dispersa esse mito.

Uma questão óbvia, então, é se o patriarcado postulado pelas feministas foi em algum momento realidade.

Interessantemente, os próprios Bax e se coautor sugerem que, no passado recente, existiu se não a igualdade pelo menos um grau de equilíbrio na administração da lei.

Assim, enquanto esposas podiam demandar manutenção, "A antiga lei tornava este privilégio dependente de soa obediência, coabitação com o marido, e sua observância a um comportamento externo de decência" (p7). Semelhantemente, "debaixo da lei anterior ... a censura eclesiástica restringia a esposa desertora" e "debaixo da lei-comum" o marido "poderia impedi-la por força de deixar a casa, e trazê-la de volta se ela tivesse escapado" (p22).

Porém, dado que a era de suposto privilégio masculino e patriarcado descrito pelas feministas (a saber, a do próprio Bax) torna-se, sob inspeção mais precisa, qualquer coisa menos isso, nós temos razão para sermos céticos sobre alegações semelhantes envolvendo uma era ainda mais antiga. A crença numa era dourada, um Éden antes da Queda, parece ser uma superstição humana recorrente, desde o 'comunismo primitivo' imaginado por Marx até a Pré-História Matriarcal postulada por feministas.

Os próprios autores reconhecem isso, escrevendo: "até mesmo as incapacidades das mulheres nos tempos passados têm sido grosseiramente exageradas" e foram "na maior parte das vezes o resultado necessário da posição das mulheres como não-combatentes em uma era de rudes lutas" - concluindo "um estudante imparcial da história deve admitir que, por mais que homens tratem mal seus congêneres homens, eles sempre têm tratado mulheres com comparativa generosidade" (p62).

Em seu recente trabalho The Privileged Sex, o historiador Martin van Creveld argumenta persuasivamente que a posição privilegiada acordada para as mulheres é uma característica universal das sociedades humanas ao longo da história registrada. Presumivelmente isto reflete uma inclinação inata entre os homens em agir protetiva e cavalheirescamente em favor das mulheres.

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