sexta-feira, 28 de outubro de 2016

"As Mulheres eram Oprimidas no Passado?" - Parte XII

Epílogo - Primeira Guerra Mundial


O trágico epílogo ao 'The Legal Subjection of Men' não pode ser ignorado. Apenas seis anos após a publicação da edição pela New Age Press, Aquele que foi o maior conflito armado na história europeia se desenrolou e homens ao longo de toda Europa foram conscritos e enviados às trincheiras.

Em resposta, a celebrada sufragista Emmeline Pankhurst temporariamente suspendeu sua campanha terrorista pela emancipação das mulheres para em lugar disso fazer discursos exortando os homens a se alistar, enquanto suas assistentes entregavam penas brancas a homens em vestimentas paisanas.

Obviamente, não existia nem uma leve piscadela destas pretensas campeãs da igualdade de gênero que mulheres deviam ser forçadas a lutar lado a lado com os homens. De fato, as Pankhursts rejeitavam explicitamente essa noção.

"Não é necessário que mulheres vão 'para as trincheiras'", Emmeline é citada, notando "desde que são as mulheres que trazem filhos ao mundo e portanto perpetuam a raça humana" (Purvis, Emmeline Pankhurst: A Biography: at p269). Enquanto isso, sua filha Christabel observava "Vocês devem se lembrar que se os homens lutam, as mulheres são mães" e concluiu "se mulheres de fato não tomam parte na guerra ... isto não implica diminuição de sua luta pela igualdade política" (Marwick, Women at War 1914-1918: at p30).

O próprio Bax já havia proposto uma resposta a esta linha de argumentação, observando que, embora mulheres dessem à luz, "não existe compulsão governamental para que seja dessa forma" e que "elas o fazem na realização de uma função natural, não como um dever público" (Bax 1909). Qualquer analogia com a conscrição é portanto completamente descabida.

Porém, no 'The Legal Subjection of Men', os autores focam na então presente situação no UK. Eles não discutem o assunto do serviço militar porque, naquele tempo, a Bretanha, sozinha entre as Grandes Potências Europeias, não contava com a conscrição.

Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, isso logo mudou. Em 1916, o Parlamento aprovou o Military Service Act, introduzindo conscrição para homens solteiros.

Homens casados, inicialmente, estavam liberados. Uma coisa era homens perderem suas vidas - outra totalmente diferente era esposas perderem seus maridos, tíquetes-refeição e principais fontes de renda.

Porém, pouco depois a conscrição foi estendida a homens casados, e ao fim da guerra, setecentos mil homens britânicos foram mortos, enquanto em toda Europa as casualidades computavam dez milhões.

Historiador Martin Van Creveld observa que "No mundo ocidental desde a Revolução Francesa o direito de votar geralmente era uma consequência direta de, ou pelo menos vinha junto com, a conscrição" (Men, Women, and War: p210). Mesmo assim, em coisa de um ano do fim da Primeira Guerra, às mulheres foi concedido votar. Um ano depois, os EUA seguiram o mesmo exemplo.

Perversamente, esta reforma foi ovacionada como uma 'recompensa' pela 'contribuição das mulheres nos esforços de guerra' - uma contribuição que consistia, em primeiro lugar, de fazer trabalhos seguros na qualidade de civis, da mesma forma que homens já faziam antes mesmo da guerra, e, em segundo lugar, distribuindo penas brancas. Enquanto isso, homens cuja contribuição à guerra era comparável a isto (i.e. objetores de consciência) foram na realidade penalizados com o seu direito a voto sequestrado por uma década (Goodall, A Question of Conscience: p70).

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