sábado, 29 de outubro de 2016

"Existe Algo de Bom nos Homens?" - Partes XIII-XIV

Conquistando a Masculinidade


A frase "Seja homem" não é tão comum quanto foi um dia, mas ainda há um certo sentido em que a masculinidade deve ser conquistada. Toda fêmea adulta da espécie humana é uma mulher e é qualificada a ser respeitada como tal, mas muitas culturas obstruem o respeito dos homens até que, e somente se, os garotos provarem tal masculinidade. Obviamente isto é tremendamente útil para a cultura, porque isto pode estabelecer os temos pelos quais machos conquistam respeito como homens, e desta forma pode motivar o homem a fazer coisas que a cultura julgue produtivas.

Alguns escritos sociológicos sobre o papel masculino têm enfatizado que para ser homem, você tem que produzir mais do que consome. Isto é, espera-se de homens que eles, primeiramente, sustentem a si mesmos: se alguém te sustenta, você é menos que homem. Segundo, o homem tem que criar alguma riqueza ou excedentes adicionais tal que ele possa sustentar a outros além de si mesmo. Estes outros além de si podem ser sua esposa e filhos, ou outros que dele dependam, ou seus subordinados, ou mesmo talvez apenas para pagar os impostos para que o governo possa usar. Independente disso, você não é homem a não ser que produza em tal nível.

Novamente, eu não estou dizendo que homens estão na pior em relação às mulheres. Há uma série de problemas e desvantagens que a cultura põe nas mulheres. Meu ponto é apenas que culturas definem os homens como úteis de certas maneiras bem específicas. Exigir que para conquistar respeito o homem produza riqueza e valor que possa apoiar a si mesmo e aos outros é uma dessas formas. Mulheres não enfrentam este particular desafio ou demanda.

Estas demandas também contribuem para vários padrões de comportamento masculinos. Ambição, competição, e esforço pela grandiosidade podem bem estar ligadas a esta exigência de lutar por respeito. Todos os grupos de homens tendem a ser marcados por desafios e outras práticas que lembram a todos que não tem respeito suficiente para esbanjar, porque este alerta motiva cada homem a trabalhar mais duro para conquistar respeito. Isto, incidentalmente, tem provavelmente sido uma fonte majoritária de atrito à medida que mulheres têm se movido para o mercado de trabalho, e organizações tiveram que se redirecionar para políticas em que todos merecem respeito. Homens não as projetaram originalmente para que todos fossem respeitados.

Uma das mais básicas e largamente aceitadas diferenças de gênero é agência VS comunicação. Agência masculina pode ser parcialmente uma adaptação para este tipo de vida social baseada em grupos maiores, onde as pessoas não são necessariamente valorizadas e é necessário lutar pelo respeito. Para ter sucesso na esfera social masculina dos grupos grandes, você precisa de um ego agente e ativo para lutar por seu espaço, porque ele não te é dado e apenas alguns conseguirão. Mesmo o ego masculino, com sua preocupação de provar-se a si mesmo e competir contra os outros, parece provavelmente ser projetado para lidar com sistemas em que haja uma escassez de respeito e você tenha que trabalhar duro para conseguir algum respeito - ou então acabará exposto à humilhação.

Isto É Tudo?


Eu não exauri todas as formas pelas quais a cultura explora os homens. Certamente há outras. O apetite sexual masculino pode ser direcionado para motivar toda sorte de ações e posta para impulsionar um tipo de mercado econômico no qual homens dão outros recursos (como amor, dinheiro, compromisso) em troca de sexo.

Culturas também usam indivíduos homens para propósitos simbólicos mais que homens. Isto pode ser de forma positiva, como no fato que culturas dão funerais mais elaborados e outros memoriais para homens que aparentam incorporar seus valores favoritos. E também pode ser negativo, tal como quando culturas arruínam a carreira de um homem e publicamente o execram, ou mesmo o executam por um simples ato que viole um de seus valores. Desde Martin Luther King até Don Imus, nossa cultura usa os homens como símbolos para expressar seus valores. (Note que nenhum dos dois veio a ser melhor por isso.)

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